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Qual a causa do autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que afeta o comportamento, a comunicação e a interação social. Apesar de décadas de estudos científicos, a causa exata do autismo ainda não é completamente compreendida. O que se sabe é que o autismo resulta de uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais, e não de uma única origem isolada.

Neste artigo, vamos explorar o que a ciência já descobriu sobre as causas do autismo, esclarecer mitos comuns e reforçar a importância de uma visão baseada em evidências.

O que sabemos sobre a causa do autismo?

Pesquisas apontam que o autismo é multifatorial, ou seja, surge da interação entre:

  • Fatores genéticos (hereditariedade, mutações).
  • Fatores biológicos (alterações no desenvolvimento cerebral).
  • Fatores ambientais (exposições durante a gestação).

Esses fatores atuam de forma complexa e variável em cada indivíduo, o que explica a diversidade de manifestações dentro do espectro.

1. Fatores genéticos

A genética desempenha um papel central no autismo.

Evidências:

  • Estudos com gêmeos mostram que, se um deles tem autismo, o outro tem alta probabilidade de também ter.
  • Pesquisas identificaram centenas de genes associados ao risco de TEA.
  • Algumas síndromes genéticas específicas (como Síndrome do X Frágil, Síndrome de Rett) aumentam a probabilidade de autismo.

Importante: Nem todos os casos têm uma alteração genética identificável. O mais comum é uma combinação de pequenas variações genéticas, somadas a outros fatores.

2. Fatores biológicos

Alterações no desenvolvimento do cérebro, especialmente durante a gestação e nos primeiros anos de vida, também estão associadas ao TEA.

Algumas evidências apontam:

  • Diferenças no tamanho e na estrutura de certas regiões cerebrais.
  • Alterações na forma como os neurônios se conectam (sinapses).
  • Desequilíbrio em neurotransmissores, como a serotonina.

Essas alterações podem impactar a percepção sensorial, a comunicação e o comportamento social.

3. Fatores ambientais

Fatores ambientais não causam o autismo isoladamente, mas podem modular o risco em indivíduos geneticamente predispostos.

Entre os fatores estudados estão:

  • Idade avançada dos pais no momento da concepção (principalmente do pai).
  • Exposição pré-natal a certas infecções, como rubéola ou citomegalovírus.
  • Complicações na gravidez ou no parto, como hipóxia (falta de oxigênio) durante o nascimento.
  • Uso de determinados medicamentos durante a gestação (como o ácido valpróico, em casos específicos).

Importante: Esses fatores aumentam o risco, mas não determinam que o autismo vá ocorrer.

Fatores que não causam autismo

Diversos mitos foram difundidos ao longo do tempo. Entre eles:

1. Vacinas

Não existe nenhuma evidência científica de que vacinas, como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), causem autismo.
Essa associação surgiu de um estudo fraudulento e foi totalmente desmentida por décadas de pesquisas.

2. Estilo de criação dos pais

Antigamente, falava-se em "mães geladeiras" como causa do autismo — uma teoria totalmente equivocada.
Hoje sabemos que o ambiente afetivo familiar não causa autismo.
Ele pode, sim, influenciar o desenvolvimento de habilidades sociais, mas não é a origem do transtorno.

3. Dieta ou exposição a telas

Embora má alimentação e uso excessivo de tecnologia possam impactar o comportamento e o desenvolvimento geral, eles não causam autismo.

A complexidade das causas

Uma das razões pelas quais a causa do autismo é difícil de determinar é porque:

  • Cada caso é único.
    Dois autistas podem ter causas e combinações de fatores completamente diferentes.
  • O autismo é um espectro.
    Há uma enorme variação em como os sintomas se manifestam de pessoas não verbais a adultos independentes e verbalmente fluentes.
  • Pode haver fatores ainda desconhecidos.
    A ciência ainda está avançando e novas descobertas surgem todos os anos.

Avanços recentes nas pesquisas

Nos últimos anos, avanços em áreas como a genética e a neuroimagem têm trazido novas perspectivas:

  • Identificação de microdeleções genéticas (pequenas perdas de material genético) associadas ao TEA.
  • Estudos sobre o papel do microbioma intestinal na modulação de comportamentos.
  • Pesquisas sobre neuroinflamação e o impacto da resposta imunológica durante a gestação.

Essas descobertas ajudam a construir uma visão mais completa sobre o autismo, mas ainda não apontam para uma única "causa definitiva".

Conclusão

O autismo é o resultado de uma interação complexa entre fatores genéticos, biológicos e ambientais. Não é causado por vacinas, maus-tratos ou qualquer falha dos pais, e não existe um único fator responsável por seu surgimento.

Compreender a origem multifatorial do TEA ajuda a reduzir o preconceito e reforça a importância de focar no respeito à neurodiversidade, no apoio às famílias e na promoção da inclusão.

A ciência avança constantemente para desvendar mais detalhes, mas uma coisa já é certa: autismo é apenas uma forma diferente de ver e viver o mundo e merece ser acolhida e valorizada.

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